Uma semaninha em Londres, com três objetivos : andar muito na cidade ainda decorada para o Natal, passar o ano novo na terra da Rainha no fechamento de um ano de Jubilieu de Diamante e de Olimpíadas e... comer bem. Pois é, come-se bem em Londres – e muito bem ! Tão bem que as famosas liquidações pós Natal que tomam conta da cidade (e atraem muita, mas MUITA gente... tipo MUITA GENTE MESMO) ficaram em total segundo plano :)
Mas vamos ao resumo da viagem, afinal de contas mesmo um tanto inconstante vossa ovelhinha está aqui é para compartilhar informação que vale a pena, não é mesmo ? Vamos falar das experiências relevantes apenas, divididas em quatro posts. Foram 12 refeições, via de regra excelentes. Uma delas não pode nem ser comparada com as demais, e é o assunto desse primeiro post : jantar no dia 31 de dezembro, no Gordon Ramsay do Claridge's (http://www.gordonramsay.com/claridges). Classifiquei como hors concours porque... bem... é Gordon Ramsay, é no Claridge's, e foi o jantar de ano novo. Enough said.
Reservamos mais de um mês antes, e já sabíamos o que seria o menu do jantar – bem elaborado como se esperava.. Foi legal jantar no The Claridge por si só, é um daqueles hotéis super clássicos de Londres que fazem parte do meu imaginário Agatha Christie (já falei bastante disso nos posts da viagem para o Egito). O hotel é lindo, fica em Mayfair, um bairro super elegante e fantástico de se andar perto do Hyde Park – o o restaurante é ótimo, com um serviço muito bom sem ser nem um pouquinho arrogante ou tipo esnobe. Agora ao que interessa, o jantar em fotos.
Abertura com uns canapés, gostosos – nada fantástico, mas gostosos. Um muito bom de parmesão com um creme de berinjela, mas a nota digna de registro é que o kit incluiu uma patinha de rã... e eu comi (e não achei nada demais). Logo depois dos canapés veio um creminho de couve flor com um beignet de ostra e um pouquinho de caviar. Não tirei foto, mas estava bom – estaria excelente se eu gostasse de couve flor :). A entrada estava fantástica – vieiras com um glaze de tangerina, bacon (muito pouquinho) e amêndoas moídas. Vieiras com pedigree, escocesas – ma-ra-vi-lho-sas. O pós entrada foi um ravióli (diria raviolo, era um só) com lagosta, salmão e frutos do mar – não tirei foto, mas não amei...na verdade foi um único prato que achei só “ok”. Para o prato principal escolhi um bem inglês – Bife Wellington, que é o filé mignon envolto em massa folheada (finíssima e deliciosa, nesse caso) com um creme que incluía champignon e presunto parma. Veio acompanhado de purê de batatas com trufas e vegetais, além de molho madeira – e estava um sonho.
Canapés, vieiras e bife Wellington
Bom, aí veio a pré-sobremesa... e o ponto alto do jantar. Era um potinho pequenino, mas não tenho certeza se já provei algo parecido. Gelatina de champagne, musse de chocolate branco, sorbet de framboesa. Só que a cada colherada era como se literalmente fogos de artifício explodissem na boca. Foi a primeira vez que realmente entendi o que esses chefs tanto falam sobre textura. Extraordinário, facilmente um dos top 5 pratos que já comi na vida. Logo depois que comi o garçom passou para servir 6 potinhos para uma mesa, e juro que a minha vontade era literalmente sequestrar os potinhos todos. Em seguida veio a sobremesa, que estava muito mas muito boa – mas empalideceu perto do potinho mágico. Era um fondant de chocolate amargo com cerejas e calda de gran marnier, com direito a ser flambado na mesa e tudo.
"Potinho mágico" e fondant de chocolate
Terminamos com um chá acompanhado de uma dupla trufinhas e cubinhos de marshmallow. Divertido, e o fechamento perfeito para um jantar inesquecível. Excelente começo para 2013 !
