sábado, 24 de outubro de 2009

Em casa !

Meninos e meninas, depois de mais de 14 horas por conta do vôo de volta de Londres (entre chegar no aeroporto, voar e desembarcar), regresso à cidade mais linda do planeta.

Uma notinha final sobre Londres : Heathrow está um espetáculo. Passou por uma super-reforma no início de 2008, e deu um salto de qualidade imenso - coisas de sede olímplica, vamos ver o que acontece com o Galeão :). Aliás, vimos muitas obras em Londres : estações importantes do metrô fechadas por dois anos para reforma, e obras nas ruas mesmo. Mas tudo muito organizado, devidamente informado e com rotas alternativas de transporte. Tô imaginando como vai ser aqui...

Enfim, chego ao Rio um pouco cansada mas absolutamente feliz. Foi uma viagem fantástica, e um sonho realizado. Agora é começar a planejar as viagens do ano que vem (sim, plural !), já que meu lado sagitariano precisa ser alimentado.

No plastiquinho que o carinha do metrô de Londres nos dá para guardar o cartão magnético que compramos para uma semana de viagem tem uma frase que achei perfeita : Travel is a means to an end. HOME.

E fala sério, ter uma varanda com esse visual em casa faz com que HOME seja ainda mais divertido, né ?



Em breve coloco uns posts com fotos da viagem que fiz em maio - ainda não tinha o blog, mas foi minha primeira andança registrada pelo mundo.

Até a próxima, e obrigada pela companhia !

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Londres - Bond Street & um ótimo fechamento para a viagem

Hoje foi nosso último dia em Londres. Amanhã não conta, porque vamos sair do hotel às 10:30h para o aeroporto e passar o dia todo voando, então hoje foi o último dia mesmo.

Começamos bem tarde, saímos por volta das 11 (é meninos e meninas...a idade vai chegando...) e pegamos o metrô até Piccadilly Circus.

Antes disso, uma anedotinha : como sempre comprei alguns livros. Muito legais. Mas que pesam horrores. Então tive a idéia de mandá-los pelo correio para o Brasil. Pois bem, perguntamos pra dona / gerente / concierge do nosso hotel onde tinha um post office aqui perto. Ela nos explicou, e depois de nos perguntar o que íamos fazer lá nos entregou uma tesoura e um rolo de fita crepe. Ficamos olhando para ela com cara de ponto de interrogação, e ela explicou que precisaríamos disso para empacotar os livros no correio. ?????? (mas o correio não tem isso ? não, aparentemente não). As caixas ela nos disse que o correio teria, era só levarmos a tesoura e a fita. Achando tudo muito esdrúxulo, lá fomos nós. O correio não tinha caixas, mas nos disse onde comprar. No entanto, acabei desistindo depois que me disseram que custaria quase 100 libras para despachar os bichinhos - enfiei os livros na mala e carrego um pouquinho mais de peso, se tiver que pagar excesso na British são só 50 libras... Mas o curioso mesmo é o kit faça você mesmo daqui. Isso é cultural, e é algo que permeia várias coisas em toda a Europa. Ainda herança da guerra, é a cultura de economizar e de não disperdiçar. Dizem que com as novas gerações isso está se diluindo um pouco, infelizmente.

Voltando ao nosso passeio : fomos andando pela Piccadilly e ao passar pela Royal Academy vimos uma escultura no pátio que nos chamou a atenção.



Era parte da exposição do Anish Kapoor, um escultor indiano famoso. Não entramos para ver a exposição, mas gostamos bem da árvore de bolotas brilhantes.

Seguimos para a Bond Street, para fazer window shopping. Nesse caso era somente window shopping mesmo, porque a Bond Street é a rua das grifes mega-chiques. Uma diversão para os olhos, e uma boa solução para refrear qualquer impulso consumista que ainda existisse em nós.

Seguimos até o fim da Bond St, e viramos na Oxford St, passamos na maior HMV de todas (HMV é o novo parque de diversões dos órfãos da Virgin Megastore) - pouquíssimas comprinhas. Almoço rápido e fomos em direção ao metrô de Leicester Square, passando antes por um pedacinho de Chinatown.



Voltamos para o hotel por volta das quatro para arrumar algumas coisas e às seis e pouco saímos para o teatro. Fomos ver Sister Act, o musical feito a partir do filme e produzido pela própria Whoopi Goldberg.





FABULOSO, SENSACIONAL, DIVERTIDISSÍMO, levanta qualquer astral. Selo Horacia de homologação, recomendo a todos que por um acaso passarem por Londres (imagino que a peça siga para NYC em breve). Figurinos, músicas, atores, cenário... tudo 100%. Até o teatro era lindo.

Ah, esqueci de comentar uma coisa : aqui, ao contrário da Broadway, eles vendem um sorvetinho no intervalo da peça. Fica uma pessoinha (mais de uma, na verdade) com aquela bendejinha pendurada no pescoço durante o intervalo, e copinhos de sorvete (lacrados !) de chocolate, creme ou morango. Nunca tinha comido o sorvetinho. Ontem, vendo The Mousetrap, comi. Tipo da coisa ridícula, eu sei...mas me senti tão chique tomando o sorvetinho :) Numa segunda nota, aqui não tem Playbill, aquela revistinha gratuita que tem alguns dados básicos da peça que todos os espetáculos da Broadway distribuem. Europeu é muito econômico, como eu já disse.

Amanhã vai ser o dia todo entre aeroporto e avião. Volto a dar notícias de casa (sede olímpica e praça de guerra, tudo ao mesmo tempo) na sexta-feira.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Londres - Covent Garden, Pop Art e Harrods (20/10)

Hoje tomamos café no hotel mesmo, e fomos direto para Covent Garden. Descemos na estação de Leicester Square e fomos andando pela Long Acre, onde achei minha loja-paraíso. Chama-se Stanford's, e o slogan diz tudo : "the world's largest map and travel bookshops". Me diverti muito lá, comprei uns acessórios de viagem e também uns mapas - livros são pesados, peço pela Amazon depois.

Passeamos em Covent Garden, no melhor estilo My Fair Lady,



Depois de passar pelo hotel para deixar as comprinhas, fomos rumo à Tate Modern. Para chegar lá, passamos pela Millenium Bridge.



De cima da ponte dava pra ver a Tower Bridge lá ao longe.



Na Tate Modern fomos ver uma exposição fantástica sobre Pop Art, chamada "Pop Life : Art in a Material World". Exposição muito bem montada, com trabalhos do Andy Warhol, Jeff Koons, Damien Hisrt e Takashi Murakami. Gostei especialmente do famoso coelho do Jeff Koons, abaixo.



E também adorei a instalação do Takashi Murakami, toda colorida naquele estilo desenhos japoneses e com um clip onde a Kirsten Dunst interpretava a personagem to desenho que estava na parede.

Saímos de lá rumo ao metrô da London Bridge, e no caminho duas fotos legais. A primeira pegando a Millenium Bridge e a catedral de St Paul.



E a segunda em frente ao teatro Shakespeare's The Globe.



De lá pegamos o metrô LOTADO e QUENTE para Knightsbridge, onde passeamos um pouquinho na Harrod's. Me procurem na foto abaixo, estou nela.



Depois metrô pro hotel e fomos jantar num italianinho aqui do lado. Uma pizza horrível, mas tudo bem pois o dia foi ótimo. Amanhã tem nosso último dia em Londres, já que vamos passar a 5a feira viajando.

Londres - Regent Street & adjacências... e uma peça antológica

Depois do café da manhã e dos scones de praxe, pegamos o metrô rumo à Regent Street. O plano era ir de Oxford até Piccadilly Circus, desta vez fazendo window shopping (ou real shopping) de verdade, ao contrário do sábado onde andamos esse trecho mais para ver gente e matar saudades da civilização.

Fizemos esse trecho, passando (e comprando !) em lojas como a Hamley's (a principal e mais antiga loja de brinquedos daqui, totalmente enlouquecedora) e a National Geographic (uma mega-loja, por sinal)... e muitas outras. Gastar dinheiro (qualquer dinheiro, desde que se tenha !) é divertidíssimo, e absolutamente terapêutico.



No caminho passamos pela Carnaby Street, uma rua famosa por sempre lançar moda em Londres...desde a época da minissaia.




Em Piccadilly Circus, gastamos um tempo procurando pela Virgin Megastore só para descobrir que as lojas não existem mais (um minuto de silêncio, por favor) - foram compradas pela HMV. Realmente loja retail de CD, DVD e game não deve ser algo muito rentável atualmente... o povo vai lá pra olhar e depois compra em lojas web ou faz download...

De volta ao hotel por volta das 4 da tarde cheios de sacolas, descansamos um pouco até a hora de sair para o teatro. Nos dividimos nesta noite, dado que a opção eleita era assistir "A Gaiola das Loucas" e eu já estava over-gay depois de Priscila e da exposição na National Portrait Gallery... Sendo assim, e como um fecho de ouro para o kit Agatha Christie de toda a viagem, decidi assistir "The Mousetrap" ("A Ratoeira"). Eu já conheci a estória, já que tendo lido tudo de Agatha Christie eu também tinha lido a peça, mas mesmo sabendo quem matou achei a peça uma delícia.



Já são 57 anos em cartaz, e vai ficar outros tantos. Na entrada do teatro, um quadro muito legal com uma carta com o selo do palácio de Buckingham escrita pelo chefe de gabinete real onde Lizzie (lembram ? a Rainha) expressa seu encantamento e parabeniza a todos os envolvidos na produção que ela assistiu da peça - o evento de gala para comemorar os 50 anos de "The Mousetrap".

Terminando o lado Agatha Christie da viagem em grande estilo !

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Londres - Exposições, Parques e Teatro (18/10)

Acordamos um pouqunho mais tarde, e depois de um bom café da manhã na bakery perto do hotel (adoro scones !!!), pegamos o metrô em Earl's Court até a a estação de Charing Cross.


De lá, seguimos até a Trafalgar Square, por onde passamos no dia anterior.




Nosso destino da manhã era a National Portrait Gallery, pertinho da Trafalgar Square. Lá vimos duas exposições : uma delas foi ok apenas, "Gay Icons", onde seis celebridades gays escolhiam alguns ídolos que os inspiraram (gays ou não) e escreviam textos sobre eles. Tudo ilustrado com fotos. Algumas coisas interessantes, outras nem tanto.

A outra exposição foi o máximo.


Fotos, capas de disco, matérias de revistas etc ilustrando ano a ano da década de 60. Muito bem organizado, ficamos um bom tempo lá... confesso que fico com uma pontinha de inveja do acesso que o povo que mora em cidades como Londres e NY tem a eventos culturais em geral. Comprei o catálogo :)

Terminada a exposição, passamos no hotel para deixar os livrinhos-chumbo que compramos e pegamos o metrô de novo, dessa vez para o Green Park.


AMO os parques de Londres. Verdinhos como em lugar nenhum, tranquilos, limpos...e no outono são especiais ! Feliz a ponto de brincar com as folhas secas !



Continuamos nosso passeio pelo parque, rumo ao palácio de Buckingham.



Em frente ao palácio. Tentei tirar uma foto com a Rainha (de quem sou fã, e a quem chamo carinhosamente de Lizzie), mas não foi possível.



Seguimos rumo à estação de metrô de Westiminster, caminho esse que nos rendeu algumas boas fotos.








Terminamos o dia em Covent Garden, com um queijos e vinhos no frio.

                      

Amanhã tem mais !

domingo, 18 de outubro de 2009

Chegada em Londres e a readaptação ao mundo ocidental (17/10)

Tudo tranquilo no nosso vôo de Cairo para Londres, chegamos aqui por volta das 11:30 da manhã. Dia nublado, com um solzinho tímido atrás das nuvens, e temperatura civilizadíssima de 14 graus.

Pegamos um black cab (ADORO black cab - confortáveis, espaçosos e com motoristas mudos) até nosso hotel em Earl's Court.



Tínhamos que esperar cerca de uma hora para nosso quarto ficar pronto, e como já passavado meio-dia e tínhamos acordado muuuito cedo, resolvemos almoçar. Acabamos involuntariamente fazendo um programa inglês típico : ver futebol num pub.



Depois de fazer o checkin e tomar um banho básico, fomos para a rua. Pegamos o metrô até a estação de Embankment, de onde vimos a Millenium Brige e a London Eye.






Por lá também vimos um outro ícone londrino, o famoso ônibus de dois andares.



Fomos caminhando extasiados (nublado ! 14 - 15 graus ! ninguém olhando pra nossa cara nem nos oferecendo nada !) até Trafalgar Square. Adoro andar em Londres, ver a cidade e as pessoas. Aqui realmente dá para você andar com uma melancia na cabeça e um sino no pescoço que ninguém vai ficar espantado. E também é legal ver todo mundo misturado, se vê e se ouve de tudo - inclusive TONELADAS de brasileiros.




Depois fizemos o circuito compras, mas só para ver gente porque era sábado. Subimos a Charing Cross com todas as suas livrarias, depois pegamos a Oxford e descemos pela Regent até Piccadilly Circus, de onde voltamos para a Charing Cross. Depois de comer rapidamente no Pizza Hut, fomos ver a nossa peça da noite : Priscila, a Rainha do Deserto.



Foi divertidíssimo. Figurinos fantásticos, e músicas contagiantes. Uma platéia animada e também misturada, mas que se engajou totalmente. O final com I Will Survive foi apoteótico.

Terminada a peça (um pouquinho longa), voltamos pro hotel e fim. Amanhã tem mais.

sábado, 17 de outubro de 2009

Egito - The Good & The Bad - Parte II (The Good, the better, the amazing)

Pontos altos de uma viagem inesquecível... Vi um anúncio de um banco no aeroporto do Cairo com o slogan "Perfection leads to eternity", usando imagens de templos para ilustrar. Nada mais verdadeiro, e nada mais a cara do Egito.

1 - A Pirâmides de Giza : vimos muita coisa, mas nada bate as pirâmides. Pela presença delas no imaginário geral, por ter sido sonho desde sempre conhecê-las, por as termos visto logo no primeiro dia e por elas serem simplesmesnte espetaculares. Até o passeio de camelo perto delas foi sensacional.

2 - Karnak : fantástico pela grandeza, beleza e pessoalmente para mim pela associação afetiva via Agatha Christie. Vimos o entardecer lá, foi fantástico. Destaque para o hall com as colunas e para a avenida das esfínges.

3 - Templo de Isis na ilha de Philae : foi o primeiro que vimos, então foi muito impactante. Não é tão grande quanto outros, mas é muito bonito e tem uma atmosfera muito legal.

4 - Abu Simbel e o céu estrelado : os templos são lindos e imensos. Mas foi muito especial os vermos no pôr do sol e depois iluminados, num lugar com o céu mais estrelado que já vi.

5 - Luxor, com o Vale dos Reis e as tumbas coloridas, o templo de Hapshepsut e com o templo de Luxor com sua avenida das enfínges que se conectava com a de Karnak no passado.

6 - Templo de Abydos, pelos desenhos e relevos coloridos, impressionantemente novos depois de tanto tempo.

7 - Pirâmides de Sakkara e Dashur, os rascunhos e a primeira pirâmide para valer.

8 - Todos os demais templos que vimos (Kom Ombo, Edfu e Dendara), cada um com suas características especiais.

9 - Galerias de Tutankhamon no museu egípcio e seus tesouros inacreditáveis.

10 - Rio Nilo, especialmente ao por do sol. Pela beleza e pelas possibilidades que traz para a imaginação da gente.

11 - Snorkel no mar vermelho, especialmente em Ras Mohamed. Peixes de todas as cores e barreiras de corais alucinantes.

12 - Cairo cóptico, onde sinagogas, mesquitas e igrejas ficam tão próximas umas das outras.

13 - Almoço no parque Al-Azhar com uma vista linda para o Cairo.

14 - Montes Sinais e Moisés, lugares sagrados para cristãos, judeus e muçulmanos, e o monastério de Santa Catarina.

15 - Ramses II. Era metido e cheio de si, mas o fato é que se ele não tivesse existido nossa viagem teria durado a metade. E Nefertari, porque conseguiu receber várias homenagens do egocêntrico e ainda ter uma tuba onde se paga quatro mil dólares para ficar dez minutos.

16 - Osiris, Isis, Horus e Hathor, os deuses homenageados em quase 80% dos desenhos e relevos existentes nos templos e tumbas.

17 - A extrema simpatia do povo egípcio e o carinho que eles faziam questão de demonstrar pelo Brasil. Durante a nossa visita estava rolando o mundial de futebol sub-20, e todos faziam questão de nos dizer que torciam para o Brasil.

18 - Hotéis 5 estrelas e guia particular, itens esseciais de sobrevivência no Egito.

19 - Aeroportos : apesar do sistema de chamada de vôos (o berro), os aeroportos domésticos são muito superiores aos nossos. O internacional do Cairo nem tanto, mas não apaga os demaais.

20 - Seretide, Singulair e Alegra, que permitiram que o pó e os ácaros multi-milenares não me gerassem crises de rinite ou asma.

Egito - The Good & The Bad - Parte I (The Bad)

Como tudo na vida, o Egito tem suas coisas boas e suas coisas ruins. Não que as coisas ruins que listo abaixo tenham comprometido a viagem de qualquer forma - de jeito nenhum ! Foi uma viagem maravilhosa, mas tenho meu lado crítico, fresco e exigente que me faz registrar os pontos abaixo. Importante notar que nenhum deles foi supresa para mim, pois já tinha lido sobre virtualmente todos na minha pesquisa pré-viagem. Sabia que o Egito seria maravilhoso apesar disso tudo, e realmente foi.

1 - Sol, calor e clima seco : é o óbvio do óbvio, mas tem um papel importantíssimo na experiência da viagem como um todo. Outubro é (conceitualmente) o ultimo mês quente, e o fim da baixa temporada / início da alta. O sol entre meio-dia e quatro da tarde é absurdo, e o clima é surrealmente seco. Meu kit Kerastase nem começou a dar conta do recado.

2 - Moscas : isso beira o insuportável. Não vemos aquelas cenas de horror de documentários sobre a Índia, mas elas estão em TODOS os lugares, mesmo que em pequena quantidade.

3 - Cecê : muito, mas muito cecê local. Isso me desapontou um pouquinho, achei que a turma aqui era mais limpinha. Mesmo os que trabalham com turismo, muitos têm um cecê inacreditável. Some-se ao cecê local o cecê turístico (majoritariamente europeu) em ambientes fechados como templos e tumbas e tá feito o estrago.

4 - Pobreza : é multi-milenar, tão antiga quanto os templos e tumbas que visitamos. Mas é palpável. Não andamos muito pelo Cairo para fazer uma análise mais profunda da cidade (sem-tetos e afins) mas em todos os lugares que fomos vimos muita pobreza e muitos pedintes. Penso que nós brasileiros sentimos muito mais essa pobreza do que os turistas de primeiro mundo : para eles, faz parte da experiência exótica, enquanto nós temos a realidade muito mais materializada em nossas cidades.

5 - "Segurança" : esse é um tema esquito, vou tentar explicar. Muito ruim estar num lugar onde todos os hotéis e monumentos têm detector de metais nas portas (alguns têm até cachorro para farejar o carro), e onde um sem número de "seguranças" (policiais ou não, uniformizados ou não) anda pela rua e nos monumentos com revólveres e metralhadoras como se estivessem segurando uma máquina fotógráfica. Isso para não mencionar os checkpoints e comboios nas estradas, e até um posto das nações unidas para manter a paz no Sinai. Por outro lado, em nenhum lugar em que estivemos tive medo de alguém me assaltar como acontece no Rio ou em São Paulo - mesmo com os vários pedintes e a pobreza toda.

6 - Sujeira : lógico que não estou falando dos hotéis 5 estrelas. Mas as duas vezes em que tentamos jantar na rua (em Aswan e Dahab) as experiências foram péssimas. O cecê local, o cheiro persistente de cocô de cavalo e camelo e a poeira constante também contribuem para isso. Não víamos muitas latas de lixo nas ruas ou nos hotéis, talvez por conta da segurança anti-bomba.

7 - A paranóia da comida e da bebida : apavoradíssima desde antes da viagem de sofrer os males da tal "mummy tummy", restringi a comida ao minímo necessário - fora três refeições no Cairo, isso significou comer macarrão ou pizza de muzzarela meio mais ou menos nos restaurantes dos hotéis. Além disso a bebida tinha que ser sempre sem gelo, morte para alguém viciado em Coca Zero (curiosidade : Pepsi domina o mercado aqui), especialmente porque muito frequentemente a bebida não estava gelada ao chegar à mesa.

8 - Qualidade do serviço turístico : nossa viagem foi maravilhosa, e muito bem organizada pelo nosso guia particular (vou fazer um post sobre ele depois). Mas de uma forma geral me supreendi com a falta de qualidade do serviço voltado para turismo, especialmente porque turismo é uma indústria forte aqui. Isso passava por um inglês horroso da maior parte das pessoas (tô falando só de quem trabalhava com turismo), e por detalhes que não cabem em hotéis 5 estrelas - como o dono de uma loja no hotel de Luxor nos ligar às 11 da noite para saber se tínhamos pago algo que compramos lá (lógico que tínhamos).

9 - A maldição de gorjeta : esse é um mal entranhado no país. Não importa o quanto você pague por um serviço, eles sempre esperam que você dê gorjeta. Pra qualquer coisa. Pro guia pro motorista, pro maleiro, pro garçom, pro representante da empresa que nos pega no aeroporto, pro vendedor da loja... Soma-se essa cultura à pobreza que falei antes é você é muitas vezes constrangido a dar gorjeta por coisas imbecis : um cara qualquer que chega no templo se oferecendo para tirar uma foto, ou o carinha que fica do lado do checkin no aeroporto pra pegar sua mala do carrinho e colocar na esteira (!). Nesses casos eu simplesmente ignorei, porque achei demais da conta.

10 - Assédio dos vendedores : é um enxame. Eles estão na porta dos monumentos vendendo tudo, e correm para cima de você falando todas as línguas. Ter um guia particular nesse momento é muito bom, porque você vai falando "La, chokram" ou "No, thank you" e se os caras insistirem o guia os manda passear. Nos mercados e nas lojas isso é ainda pior, e cansa. Mas é o kit do lugar, faz parte da cultura. A gente é que não se acostuma com isso.

11 - Golpes pra levar vantagem : tá achando que é só no Brasil ? Aqui tem que ficar de olho aberto, porque alguns que trabalham com turismo acham que todo turista é milionário e mané, e por isso deve ser explorado. Golpes que vimos incluíram "errar" no total da conta, usar uma conversão de moeda extramemente favorável e, ou melhor de todos, tentarem cobrar excesso de bagagem no nosso último vôo doméstico, de Sharm pro Cairo. Bastou eu dizer que já tínhamos feito outros três vôos com as mesmas malas que o carinha da Egyptair mudou de assunto. Mas ele tentou...

12 - Cafonice : sei que ser cafona ou chique depende muito da cultura, mas para nós eles são cafonérrimos, pelo menos os que trabalham com turismo. A cafonice é evidenciada desde a música sempre alta em todos os ambientes até roupas "pseudo-chiques" inacreditáves que tivemos que testemunhar. A pessoa que nos trouxe para o aeroporto hoje estava com uma camisa com listras veritcais finais e tons de azul e uma gravata rosa com listras diagonas. Um pavor. Até o uniforme dos guardas é cafoninha...

13 - Felucca. Barco a vela, falta vento, calor e mosquitos. Nem de graça.

14 - Excursão coletiva local. No Egito, nem pensar. Considerando o que coloquei sobre a qualidade do serviço ligado ao turismo, é simplesmente inviável.

15 - Espanhóis e italianos. Adoro espanhóis e italianos em seus habitats naturais. Aqui, todos que encontramos (e foram muitos) eram mega-barulhentos, e a grande maioria sem nenhuma educação. Muitas saudades dos japoneses :)

16 - Trânsito, bagunça e buzinas : no Cairo em especial, e proporcionalmente em todos os lugares que fomos. Sempre uma confusão, sempre todos buzinando, nada sinalizado. No Cairo chega a ser opressivo.

No próximo post, the good, the better & the amazing.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Último dia no Egito - Snorkelzinho em Sharm & Volta ao Cairo (16/10)

Nosso último dia no Egito, já que amanhã voamos às sete e meia da manhã para Londres (saudade de tempo nublado, de chuva, de umidade, de verde, de entrar em loja muda e sair calada...).

À nove da manhã já estávamos instaladinhos na praia particular do hotel (chiiiiique !), debaixo de um guarda solzinho e com as indefectíveis toalhas listradas de amarelo e branco. Fiz um snorkelzinho por ali mesmo, muito peixe lindo num coral rasinho. Depois nadei um pouquinho mais pra esquerda, invadindo a praia particular de outro hotel, e ali já deu pra ver uma parede de corais bem legal. "Águas profundas", muito azul, muito peixe colorido, vários novos para mim. Tomei uma certa canseira porque as ondas estavam de gente grande e a forma física da atleta deveras impactada pelos últimos dois dias... Mas tudo certo. Abaixo, fotos tosquinhas que conseguimos tirar de fora da água mesmo da parte rasinha em frente ao nosso hotel.







Na próxima aventura aquática prometo providenciar uma máquina para tirar fotos embaixo d'água.

Passamos um tempinho na piscina e voltamos para o quarto.

Checkout, almoço e internet até às 16:00h, quando nos pegaram para levar ao aeroporto. Tudo tranquilíssimo no aeroporto, fora que o vôo atrasou meia hora. Chegamos bem no Cairo, checkin no Fairmont Heliopolis (ótimo hotel, "perto" do aeroporto para os padrões do Cairo) e agora cama, porque amanhã temos que acordar às 4:45 da manhã !

No próximo post, um balanço da viagem ao Egito... The good & the bad. Aguardem.

Monte Sinai, Monastério de Santa Catarina e uma excursão sofrível (15/10)

O dia hoje foi cansativo, e de emoções mistas. Tudo porque no último passeio da viagem fomos acometidos de um surto de economia e resolvemos fazer o passeio em grupo ao invés de individual, como foi todo o nosso tour até agora. Não dááááá.... Depois que a pessoa se acostuma com os mimos e a liberdade de um tour privativo, voltar para o tour em grupo (mesmo sendo um pequeno grupo, como era o caso) é a morte.

Primeiro tem o passeio cata corno para pegar cada um no seu hotel. Depois teve a supresinha de que a excursão seria em dois idiomas, o que já me tira do sério. Italiano e inglês, onde aparentemente o italiano era a língua principal dado que o guia falava um inglês mega tosco - acho que conseguimos entender uns 20% do que ele falou em todo o passeio. E é óbvio que ele explicava primeiro em italiano (sempre explicações mais longas que as que ele deva em inglês) e assim que ele terminava os itailianos começavam a falar entre si. Entender inglês tosco num micro onibus com italianos falando no background é complicado... No início eu prestava atenção nas explicações em italiano, depois abandonei de vez.

Saímos do hotel às 7:10, e lá pelas 8:30 pegamos a estrada rumo ao mosteiro. Duas horas e meia de viagem num micro onibus não exatamente confortável (banco terminando na altura do ombro), e finalmente chegamos no mosteiro. "Pequena" caminhada de 500m num sol assassino até o mosteiro, agravada porque as panturrilhas estavam acusando o esforço da véspera.


O mosteiro fica aos pés do monte Sinai e do Monte Moisés, aquele mesmo onde Moisés recebeu os mandamentos, e foi construído em torno do arbusto em chamas no qual Moisés viu Deus. Me abstraio de ponderações religiosas porque acho que cada um deve acreditar no que quiser e da maneira que quiser, mas essa é a estória que contam. E é uma sensação fantástica estar num lugar que é sagrado para cristãos, judeus e muçulmanos.

Entramos no monastério e visitamos a igreja da transfiguração, onde está o sarcófago de Santa Catarina. E, num altar separado, só o dedo dela (?!). Breve resumo da estória de Santa Catarina de Alexandria : era uma mulher da nobreza (segundo nosso guia ela era muito inteligente, estudava "ze music, ze paintings, ze astronomy, ze astrology..."), e se converteu ao cristianinsmo depois de ter uma visão. A partir daí, ela passou a se dedicar a converter as pessoas ao cristianismo, sendo por isso perseguida pelo imperador romano da época. Depois que o imperador mandou matar todas as pessoas que Catarina converteu (inclusive a própria mulher dele), Catarina também foi executada, e cinco séculos depois um monge teve uma visão onde anjos levavam o corpo de Santa Catarina para o alto da montanha mais alta do Sinai. No lugar da visão os monges realmente encontraram os restos mortais dela, e os trouxeram para o lugar onde estão hoje - foi neste momento que o monastério passou a se chamar Santa Catarina.

Não se pode fotografar a igreja por dentro, mas abaixo temos uma visão da parte interna do monastério. Entupido de gente. Num calor de rachar.



Ao lado, o famoso arbusto de Moises. Dizem que não tem raízes e é verde desde sempre.



Depois de passarmos meia hora no monastério (éééé...viajamos 2,5h no ônibus cotoco no sol de rachar pra ficar meia hora no monastério !), andamos um pouquinho para uma vista mais legal do monte Sinai. Existem duas formas de chegar ao topo do monte : uma rota liberada apenas para os monges composta por 3.750 degraus, e um caminho mais longo que demora algo como 3 horas a pé (parte pode ser feita de camelo). Não subimos.

                           

Outra alternativa era subir um pouco a montanha em frente ao Monte Sinai para tirar uma foto do monastério de cima. Também não deu :) Subimos só uns micro-passinhos para tirar a foto abaixo.
 
                      

Saímos da área do monastério já por volta de uma e pouco, e pegamos mais uma vez a estrada, no nosso ônibus cotoco que agora também era um forninho. Uma hora e meia depois (ou seja, quase três da tarde) chegamos a Dahab. O programa original do tour era almoçar em Dahab e depois visitar o mercado local, para então fazer mais uma hora de viagem até Sharm El Sheikh, onde chegaríamos por volta das cinco da tarde.

Dahab é um site de mergulho e snorkel famoso por aqui, dizem que as paredes de coral são fabulosas. Bom, tudo o que existe de fabuloso em Dahab com certeza está debaixo d'água, porque o que se vê na rua é pa-vo-ro-so. Um lugar horroso, umas lojinhas capetas, uns restaurantes super precários. Optamos por não almoçar com o grupo, porque o restaurante onde eles iam era especialmente esquisito. Andamos um pouquinho e entramos num de aparência melhor, onde pedimos nossas inevitáveis pizzas de muzzarela. Não eram pizza de supermercado como as de Aswan, até que eram bem comíveis. Mas foi só as pizzas chegarem na mesa que com elas chegaram também as moscas... Depois de algum tempo tentando espantar moscas, comer e nos abanar ao mesmo tempo (caloooooooor), entregamos os pontos quando um gato magrelo começou a circular debaixo da mesa.

Nota : além da estupidez de contratar uma excursão de dia inteiro em grupo, ainda contratamos uma com almoço incluído. Modelo mental de excursão na Europa, onde vc almoça no tempo que quiser e depois fica passeando na cidadezinha. Mesmo que a cidade seja micra e ainda sobre tempo, você senta num café qualquer e fica agradavelmente esprando. Aqui não..... você anda e os caras começam a berrar por você, a querer te arrastar para as lojas... e o calor... e as moscas... Mas tudo bem, faz parte.

Depois de terminarmos nosso "almoço" e ficarmos 45 minutos em pé esperando pelo guia e pelo grupo (se andássemos a encheção dos lojistas seria bem maior), voltamos para o ônibus, onde o guia perguntou se o grupo queria meia hora no mercado ou se queria voltar pra Sharm. Fomos os primeiros a falar : "Sharm !", e todos desistiram do mercado. Uma hora e meia depois, passada a rota "deixa corno" pelos hotéis, chegamos ao oásis que é o Marriott, mortos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ras Mohamed...o paraíso ! (14/10)

Dia FA-BU-LO-SO ! Saímos às 9 para a nossa tour particular do parque nacional de Ras Mohamed, que fica na pontinha sul da penísula de Sinai, mais ou menos a meia hora de onde estamos.


Passamos por dois ou três checkpoints, tivemos inclusive que apresentar os passaportes. E também passamos ao lado de uma base militar destinada a manter a paz entre Egito e Israel. Relaxadíssimos com o ambiente acolhedor, chegamos ao parque. A primeira parada foi em frente ao Golfo de Aqba. Mais à direita fica o Golfo de Suez.



Depois seguimos de carro (sol já ficando caprichado) mais um pouquinho, até chegar no que eles chamam de florestas de mangrove. Não sei a tradução para o português, é essa árvore da foto aí embaixo. Um manguezalzinho básico.



A parada seguinte foi o Lago Mágico, assim chamado porque ele muda de cor durante o dia - uma combinação da luz com os mineirais existentes dentro do lado. Na hora em que chegamos ele estava turquesa.



Ao lado do lago, um ponto célebre do parque : uma rachadura decorrente de um terremoto. Sabe-se lá porque é célebre, mas a foto ficou bacaninha.



Bom, daí fomos ao que interessa : snorkel ! Foi legal ter o guia private porque ele ensinou coisas básicas para alguém tapado no assunto (meu caso). Mas como é que eu ia adivinhar que tinha que cuspir na máscara (eeeeecaaaaa !) e molhá-la antes de colocá-la, né ? O carinha me ensinou a vestir a máscara direitinho, o que contribuiu muito para a qualidade do passeio - no dia anterior quase me afoguei na máscara duas vezes porque entrou água. Preparadíssima, fui pra água.



Fizemos snorkel em dois pontos distintos do parque, e a máquina fotográfica à prova d'água fez falta, porque é muito difícil para mim descrever o que vi. Começamos nuns corais em água rasa, eu toda tensa com as recomendações do homem - não chega perto do coral, não encosta no coral porque ou ele corta ou queima, cuidado quando formos mais lá pra frente e você tiver que passar as ondas para não ser jogada na pedra... Fiquei tão longe do coral no início que quase não dava pra ver nada, mas depois perdi o medo e fui. Mesmo na água rasa é muito muito muito show. Um colorido inacreditável, peixes de todos os tamanhos, estilos e cores. Depois fomos para a parte de água mais profunda, e é inacreditável ver o "penhasco" que os corais formam dentro do mar, e o tom muito azul da água. E mais, mais peixes coloridos. De um lado, de outro, embaixo da gente.

Fiquei extasiada. Inesquecível e apaixonante. Uma experiência fantástica. Na saída, uma foto da baía onde mergulhamos pela segunda vez. A tal pedra que eu tinha que tomar cuidado para não ser jogada contra pelas ondas é a do cantinho esquerdo. Nadamos até depois da "curva", e contra as ondas. Quem diria...

               

Nosso guia se ofereceu para nos levar a um terceiro lugar para fazer snorkel no parque. Fiquei tentada, até porque até agora não vi o Nemo - vi todos os outros peixes do desenho, mas nada do Nemo -, mas já era uma e pouco e sol estava muito forte, então desistimos. Voltamos pro hotel, almoço, descanso rápido e piscina até o fim do dia. Jantar rápido e um Alginac básico, porque obviamente fiquei toda dolorida das minhas aventuras no mar. Sonhando com peixinhos coloridos....