quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cairo "Ecumênico"

Hoje começamos o dia mais tarde, dado que ele seria longo com o vôo para Aswan às 22:15h. Acordamos às 9, tomamos café, empacotamos tudo e encontramos nosso guia às 12:30h. Depois de enfrentar um trânsito alucinado, chegamos à a mesquita que o guia disse ser a mais antiga do Egito. Eu estava comportadinha, com joelhinhos e ombros devidamente cobertos e de chapéu, mas o moço que toma conta da mesquita não quis me deixar entrar, e pediu que eu me cobrisse com um manto verde nojento que ele tinha lá. Só de olhar pro manto já dava pra ver os ácaros, então resolvi ficar do lado de fora e esperar que meus acompanhantes terminassem a visita. Depois vi as fotos, acho que não perdi muita coisa. Não sou uma grande fã de mesquitas por dentro, essa estória de homem entrar por uma porta e mulher pela outra me incomoda um pouco, por mais que eu respeite. E depois que se vê a Mesquita Azul em Istambul, a Grande Mesquita de Córdoba e a mesquita de Hassan II em Casablanca fica difícil competir...

Saindo da mesquita fomos para um pedacinho da cidade chamado Cairo Antigo. Bem bacana, com ruas estreitas e muradas, e sem muita gente passando. Uma atmosfera legal, com a vantagem adicional dos muros fazerem sombra :), e a desvantagem do festival de poeira - ácaros milenares, vindem a mim !!!! Visitamos três lugares nessa parte do Cairo, incluída dentro do bairro Cóptico : duas igrejas e uma sinagoga - dia ecumênico, esse.


Primeiro fomos à igreja de São Sergius, considerada a mais antiga do Egito e construída no lugar onde dizem que a Sagrada Famíllia ficou em sua visita de três meses ao Egito. A igreja em si é bem bonitinha, mais em estilo simples com muitas coisas trabalhadas em madeira e marfim. De lá fomos a pé até a sinagoga de Ben Ezra, meu ponto favorito do passeio. Essa sinagoga é...adivinhem...a mais antiga do Egito ! Várias reconstruções foram feitas, é claro, mas a sinagoga é bem bonita. Vitrais (vamos combinar que aqui SEMPRE se pode contar com o efeito do sol) e mais trabalhos em madeira e marfim. A história local conta que a sinagoga foi erguida no ponto em que Moisés foi encontrado quando era bebê, já que naquela época ali era um rio. Ahmed explicou que o Nilo tinha 7 afluentes, e hoje só tem 2 - os demais foram cobertos pelo Saara.


Por fim visitamos a Igreja Suspensa, assim chamada por ter sido construída em cima de uma passagem para uma fortaleza romana. Simpática. Nenhum profeta ou qualquer pessoa sagrada jamais esteve por lá, nem ela é a mais antiga qualquer coisa do Egito. Mas é bonita.





Terminado o tour religoso a pé, fomos de van para o mercado principal do Cairo, o Khan al-Khalili. Ficamos 15 minutos lá, o suficiente para dar uma voltinha e ver a cara do mercado. Cara de rua da Alfândega total (ou 25 de março, para os paulistas), só vendendo quinquilharia falsificada made in China e com os vendedores que falam todas as línguas possíveis e ficam te puxando para as lojas. Notinha rápida : depois de visitar mercados em cidades como Cairo, Marrakesh, Fez e Istambul, fica aqui a minha opinião - o de Istambul é mil vezes melhor. Proporciona a experiência sem tornar a sua vida um inferno, embora os vendedores assediem. Mas os produtos são melhores e o mercado é mais bonito e organizado.

Terminamos o kit tour lá pelas 4 da tarde, e tínhamos que almoçar. Sugeri ao guia que fôssemos ao restaurante no parque Al-Azhar, pois tinha lido que era um ótimo lugar para ver a cidade - é, eu faço minhas pesquisas...turista tem que ser preparado !!! a idéia original do guia era comer um sanduíche a caminho do mercado, onde ele achou que fôssemos ficar horas... A idéia de almoçar no Al Azhar foi excelente. O parque é lindo e tranquilo, realmente um "break" muito bom do caos da cidade. O restaurante é chique (Ahmed disse que egípcios só vão lá em ocasiões muito especiais), a comida estava maravilhosa e a vista da citadela (com a mesquita de Mohammed Ali) e do Cairo Islâmico era FENOMENAL. E ainda por cima calhamos de estar lá no por do sol, o que tornou o visual ainda mais espetacular. Foi nossa despedida perfeita do Cairo, porque dali fomos direto para o aeroporto.

Bom, "direto" é modo de falar, porque o trânsito estava inacreditável. São Paulo é bico perto disso aqui. Ah, devo dizer que dessa vez achei uns dois sinais de trânsito, mas um deles só ficava com o amarelinho piscando (!). Durante o trânsito passamos pelo que eles chamam aqui de Cidade dos Mortos, que é um cemitério enooooooorme. Acho que eram dois que se fundiram, e fica parecendo um bairro mesmo. Muito impressionante.

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