sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Monte Sinai, Monastério de Santa Catarina e uma excursão sofrível (15/10)

O dia hoje foi cansativo, e de emoções mistas. Tudo porque no último passeio da viagem fomos acometidos de um surto de economia e resolvemos fazer o passeio em grupo ao invés de individual, como foi todo o nosso tour até agora. Não dááááá.... Depois que a pessoa se acostuma com os mimos e a liberdade de um tour privativo, voltar para o tour em grupo (mesmo sendo um pequeno grupo, como era o caso) é a morte.

Primeiro tem o passeio cata corno para pegar cada um no seu hotel. Depois teve a supresinha de que a excursão seria em dois idiomas, o que já me tira do sério. Italiano e inglês, onde aparentemente o italiano era a língua principal dado que o guia falava um inglês mega tosco - acho que conseguimos entender uns 20% do que ele falou em todo o passeio. E é óbvio que ele explicava primeiro em italiano (sempre explicações mais longas que as que ele deva em inglês) e assim que ele terminava os itailianos começavam a falar entre si. Entender inglês tosco num micro onibus com italianos falando no background é complicado... No início eu prestava atenção nas explicações em italiano, depois abandonei de vez.

Saímos do hotel às 7:10, e lá pelas 8:30 pegamos a estrada rumo ao mosteiro. Duas horas e meia de viagem num micro onibus não exatamente confortável (banco terminando na altura do ombro), e finalmente chegamos no mosteiro. "Pequena" caminhada de 500m num sol assassino até o mosteiro, agravada porque as panturrilhas estavam acusando o esforço da véspera.


O mosteiro fica aos pés do monte Sinai e do Monte Moisés, aquele mesmo onde Moisés recebeu os mandamentos, e foi construído em torno do arbusto em chamas no qual Moisés viu Deus. Me abstraio de ponderações religiosas porque acho que cada um deve acreditar no que quiser e da maneira que quiser, mas essa é a estória que contam. E é uma sensação fantástica estar num lugar que é sagrado para cristãos, judeus e muçulmanos.

Entramos no monastério e visitamos a igreja da transfiguração, onde está o sarcófago de Santa Catarina. E, num altar separado, só o dedo dela (?!). Breve resumo da estória de Santa Catarina de Alexandria : era uma mulher da nobreza (segundo nosso guia ela era muito inteligente, estudava "ze music, ze paintings, ze astronomy, ze astrology..."), e se converteu ao cristianinsmo depois de ter uma visão. A partir daí, ela passou a se dedicar a converter as pessoas ao cristianismo, sendo por isso perseguida pelo imperador romano da época. Depois que o imperador mandou matar todas as pessoas que Catarina converteu (inclusive a própria mulher dele), Catarina também foi executada, e cinco séculos depois um monge teve uma visão onde anjos levavam o corpo de Santa Catarina para o alto da montanha mais alta do Sinai. No lugar da visão os monges realmente encontraram os restos mortais dela, e os trouxeram para o lugar onde estão hoje - foi neste momento que o monastério passou a se chamar Santa Catarina.

Não se pode fotografar a igreja por dentro, mas abaixo temos uma visão da parte interna do monastério. Entupido de gente. Num calor de rachar.



Ao lado, o famoso arbusto de Moises. Dizem que não tem raízes e é verde desde sempre.



Depois de passarmos meia hora no monastério (éééé...viajamos 2,5h no ônibus cotoco no sol de rachar pra ficar meia hora no monastério !), andamos um pouquinho para uma vista mais legal do monte Sinai. Existem duas formas de chegar ao topo do monte : uma rota liberada apenas para os monges composta por 3.750 degraus, e um caminho mais longo que demora algo como 3 horas a pé (parte pode ser feita de camelo). Não subimos.

                           

Outra alternativa era subir um pouco a montanha em frente ao Monte Sinai para tirar uma foto do monastério de cima. Também não deu :) Subimos só uns micro-passinhos para tirar a foto abaixo.
 
                      

Saímos da área do monastério já por volta de uma e pouco, e pegamos mais uma vez a estrada, no nosso ônibus cotoco que agora também era um forninho. Uma hora e meia depois (ou seja, quase três da tarde) chegamos a Dahab. O programa original do tour era almoçar em Dahab e depois visitar o mercado local, para então fazer mais uma hora de viagem até Sharm El Sheikh, onde chegaríamos por volta das cinco da tarde.

Dahab é um site de mergulho e snorkel famoso por aqui, dizem que as paredes de coral são fabulosas. Bom, tudo o que existe de fabuloso em Dahab com certeza está debaixo d'água, porque o que se vê na rua é pa-vo-ro-so. Um lugar horroso, umas lojinhas capetas, uns restaurantes super precários. Optamos por não almoçar com o grupo, porque o restaurante onde eles iam era especialmente esquisito. Andamos um pouquinho e entramos num de aparência melhor, onde pedimos nossas inevitáveis pizzas de muzzarela. Não eram pizza de supermercado como as de Aswan, até que eram bem comíveis. Mas foi só as pizzas chegarem na mesa que com elas chegaram também as moscas... Depois de algum tempo tentando espantar moscas, comer e nos abanar ao mesmo tempo (caloooooooor), entregamos os pontos quando um gato magrelo começou a circular debaixo da mesa.

Nota : além da estupidez de contratar uma excursão de dia inteiro em grupo, ainda contratamos uma com almoço incluído. Modelo mental de excursão na Europa, onde vc almoça no tempo que quiser e depois fica passeando na cidadezinha. Mesmo que a cidade seja micra e ainda sobre tempo, você senta num café qualquer e fica agradavelmente esprando. Aqui não..... você anda e os caras começam a berrar por você, a querer te arrastar para as lojas... e o calor... e as moscas... Mas tudo bem, faz parte.

Depois de terminarmos nosso "almoço" e ficarmos 45 minutos em pé esperando pelo guia e pelo grupo (se andássemos a encheção dos lojistas seria bem maior), voltamos para o ônibus, onde o guia perguntou se o grupo queria meia hora no mercado ou se queria voltar pra Sharm. Fomos os primeiros a falar : "Sharm !", e todos desistiram do mercado. Uma hora e meia depois, passada a rota "deixa corno" pelos hotéis, chegamos ao oásis que é o Marriott, mortos.

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