segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Templo de Kom Ombo (10/10)

Dia cheio hoje ! O navio zarpou às 5 da manhã de Aswan, e às 8 já estávamos de saída para o templo de Kom Ombo. O templo é pertinho do Nilo, fomos a pé. Kom Ombo quer dizer colina de ouro e o templo que lá existe foi erguido pelos gregos, dedicado a dois deuses : Heroeris (com cabeça de falcão, e uma das variações de Horus, o deus principal dos faraós) e Sobek (deus da fertilidade, com cabeça de crocodilo). Cada um dos deuses é "dono" de um dos lados do templo.



Kom Ombo tem algumas coisas bem interessantes, e achei legal o fato de pela primeira vez termos visto vestígios de cor (vermelho e verde, principalmente) em algumas paredes do templo. A primeira delas é o calendário egípcio gravado em uma das pareces. Este calendário tinha três estações (plantio, cheia e colheita), cada uma dividida em quatro meses, cada mês com três semanas e cada semana com dez dias. O sol representa um novo dia, a linha representa o número um e a ferradura o número dez.

Outra coisa bacana é uma outra parede gravada com uma série de instrumentos cirúrgicos, que não podemos imaginar que já existiam naquela época. Tudo bem que um dos instrumentos era o "olho de Horus", talismã egípcio de proteção e cuja estória conto um pouquinho mais para frente, no templo de Edfu.

Além disso, nesse templo tem um nilômetro, segundo nosso guia o maior do Egito. Lembro de ter estudado isso no colégio, mas de forma simples é um tanque com comunicação com o rio que servia para que os reis definissem os impostos a serem cobrados dos fazendeiros : se o nível do nilômetro estivesse baixo, os impostos eram baixos pois a colheita não seria boa; da mesma forma, os impostos subiriam caso o nível da água estivesse alto no nilômetro; e, por fim, se o nilômetro transbordasse não eram cobrados impostos - significava cheia, e aí não havia colheita. Super-prático.

Meu ponto favorito no templo foi a forma como organizaram as salas. Passando o portão principal, chegamos ao último pátio ao qual o público em geral tinha acesso. Bem claro, com uma colunata em volta - 12 colunas, uma para cada hora do dia. Entrando mais no templo, passamos para a sala seguinte, esta só acessível pelos religiosos e nobres. Uma sala fechada, escura, igualmente com 12 colunas - uma para cada hora da noite. Achei isso super bonitinho.

Da sala final do templo, e mais importante (o "horizonte", ou o mais sagrado dos sagrados), não sobrou muita coisa, mas se vê ainda a base dos dois altares (uma para cada deus) com uma passagem secreta no meio na qual os sacerdotes ficavam espionando as confissões dos fiéis. Uma última foto tirada no templo de Kom Ombo, ao lado de Ankh, ou a chave da vida. Ankh simboliza a vida eterna e aparece com frequência nos desenhos que vemos nos templos, muitas vezes com um deus entregando a chave da vida para o faraó.




Voltamos para o navio às 9:30h, quando zarpamos de novo. Ficamos no deck até a hora do almoço (vida dura...), acompanhando o "engarrafamento" de navios no Nilo (sim ! eles também buzinam !) e apreciando a paisagem e o ventinho que batia àquela hora. Uma notinha sobre o público do nosso navio : um grupão de espanhóis; um grupinho de franceses; e nós. Aprendemos que japoneses não fazem cruzeiros no Nilo, preferem fazer tudo de carro - eles gostam de tudo muito organizado e com horários precisos, e os cruzeiros são, digamos, "flexíveis" por causa dos "engarrafamentos" e do momento de passar na barreira de Esna.

Um comentário:

  1. Horácia,

    Estou encantada com a sua viagem !! Tudo muito lindo, imagino que o templo da Ísis deva ser tudo de lindo mesmo !!
    É um mergulho na civilizaçao minha amiga, aproveita !!
    Me diverti com a parte da barata que quis tomar cerveja e comer pizza da Sadia com vcs !! Imagino o mico !! Sem dizer que ficar parada no meio do rio com os mosquitos tb deve ser sido emocionante !!
    Menina, que calor infernal é esse !! Bebe água criatura, se hidrate.
    Aproveita muito !!
    Bjs,

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